Caminhada

Sapatos na nuca
Saia amarrada
Embaraço de fios
passos marcados

Areia nos olhos
Pouca visão
Areia dos dedos
Roçando no chão

Cabelos ao vento
Cabeça no ar
Olhar esquecido
De tanto calar

Longa caminhada
Na areia molhada
Gotas da jornada
Na saia enrugada.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

De dia, à noite.

Nasceu! Que fofa, a cara do pai!
À noite chora, mama, faz pipi, cocô.
De dia chora, mama, faz pipi, cocô.
Primeiro diz mamá. Depois diz mamã.

À noite chora, mama, vira na cama.
De dia chora, mama, veste a roupa, dá papinha, vomita.
Primeiro dá um passo, depois com outro pé.

À noite dorme, sonha e corre pra cama da mãe.
De dia escola, sopa, cotonete e band-aid.
Primeiro aprende a gostar de história. Depois aprende um palavrão.

À noite dorme, tosse e tira a coberta.
De dia corre, grita e faz careta.
Primeiro ama o papai, depois odeia a mamãe.

À noite leva bronca, dorme e abre o bocão.
De dia fuma, namora e faz tatuagem.
Primeiro apanha do pai, depois corre pra mãe.

De dia estuda, trabalha e dorme um montão.
De noite balada, cerveja e um baita sermão.
Primeiro responde pro pai, depois conta pra mãe.

De dia enxoval, casa nova e um barrigão.
À noite chora, mama, faz pipi, faz cocô e de novo:
Quem salva é a mãe.

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